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terça-feira, 12 de março de 2013

"Aparentemente, nosso organismo quer que isso aconteça"

Essa foi a frase mirabolante que o Chu escreveu após o meu surto na manhã de 20/2/2013, quando novamente descobrirmos estar grávidos.



Relutei muito em escrever, aliás, não imaginava que voltaria tão logo a relatar outra gestação aqui.
Isso, sem dúvida, revira os meus sentimentos mais secretos, mexe com as minhas emoções, aguça a minha ansiedade tão bem controlada nos últimos meses, graças ao ioga e às sessões de terapia, ativa a tecla "alerta" do meu cérebro.




Bora contar tudo?

"Inventamos" um evento grandioso a ser realizado em 19/10/2013 para que o desejo de nos tornar pais fosse adiado por algum tempo, para que nossas feridas fossem cicatrizadas, para que pudéssemos amadurecer e crescer com a partida da nossa pequena Laura.

Estava cuidando da minha saúde física, mental, espiritual.
Desde dezembro do ano passado, estava de volta, digamos assim, às minhas deliciosas práticas esportivas.
Musculação, funcional, corrida, ioga, dança de salão, bike.

Superfeliz da vida, sem cansaço, superdisposta, animada, cheia de energia e disposição.
A vida finalmente voltava a sua plenitude e normalidade.
Um dia de cada vez. Sem pressa.
Oh, delícia de vida, viu?!

Não estava tomando contraceptivos, lembra?
A investigação sobre eu ser portadora de IIC foi concluída na metade de dezembro de 2012 e eu não podia tomar hormônios até então.
Por causa dos meses de férias, dezembro e janeiro, não foi difícil encontrar obstáculos para encontrar algum médico que me atendesse nesse período.

Obs..: imensamente insatisfeita com a  realidade imunda do sistema de saúde, inclusive particular, do nosso país.

No início de fevereiro, consegui marcar consulta com a Dra. Solange Apa. Monteiro no bairro da Bela Vista. Ela já atendeu algumas mulheres de nossa família, incluindo minha mãe, minha sogra e minha cunhada, mas não foi a primeira vez que estive em seu consultório.

Na primeira gestação, estava com dúvida se queria mesmo que o Dr. Fábio Suzuki acompanhasse o meu pré-natal, não me sentia muito à vontade com ele, pois todas as minhas dúvidas eram explicadas/esclarecidas assim:
– Não se preocupe, isso é normal.
– Gravidez não é doença.
– Não se preocupe, você tem saúde de sobra, só não pode engordar muito.

Tudo muito vago, sabe? Por essa razão, eu o Chu a procuramos.
Na ocasião, ela nem sequer quis entender os motivos que nos levaram até lá.
Perguntou apenas se tínhamos acompanhamento para o pré-natal e se recusou a dar qualquer tipo de informação ou opinião sobre a gestação, pois, ao parecer dela, estávamos em ótimas mãos.
Falou que o Dr. Fábio era colega/amigo dela e nos tranquilizou dizendo que ele era um excelente profissional e que ficaria tudo bem conosco.
Óbvio que não falaria o contrário, talvez por ética profissional, não sabemos.

Dessa última vez, em fevereiro, era a minha primeira consulta ginecológica depois da descoberta sobre a patologia.
Não vou negar, estava um pouco ansiosa.
Queria falar tudo o tinha acontecido, sobre a IIC, como os dias foram difíceis, mostrar os últimos exames, a carta da Dra. Rosiane Mattar confirmando o meu caso, além de reafirmar o meu desejo em ser mãe novamente, mas, diferente da primeira gestação, pretendia estar preparada para isso, se é que você me entende.

Mas, quando a expectativa é demais, a gente acaba se frustando.
Inevitável.

Pontualmente às 8h30 estava em seu consultório, esperei por ela 1 hora e meia.
A recepcionista informou-me que ela estava fora realizando um parto, até aí tudo bem, não tinha pressa. Eu podia esperar.
Não sei exatamente o que houve, se ela não teve uma manhã muito boa ou que bicho que mordeu ela, e isso, definitivamente, não me diz respeito. Talvez tenho sido indelicada com as minhas perguntas e solicitações, afinal, quem eu penso que sou? Querendo ensiná-la a trabalhar é?
Juro que não tive essa audácia, mas ser atendida grosseiramente em 15 min doeu meu coração.
Será que estava carente demais?

Faço questão de registrar alguns momentos:
– Oi, Ana, você já esteve aqui não é mesmo?
(sei lá se ela realmente se lembrou de mim)
– O que te traz aqui?
– Está tomando anticoncepcional?
– Se está precisando de exames, procure um clínico geral, pois eu não posso ajudá-la.
(oi? não, não, quero apenas exames ginecológicos para certificar que está tudo bem comigo)
– Ah... ultrassom e mamografia? Eu vou pedir.

Pronto, acabou.
Examinou-me, sim, receitou o contraceptivo, e pediu os exames, mas não perguntou sobre a minha perda gestacional, sobre os últimos exames realizados, nem a investigação, e eu me senti o cocô do cachorro.
Triste.

Fui para casa e no caminho já comprei o anticoncepcional e coloquei-o na bolsa, só aguardando o primeiro dia de menstruação.

A minha última menstruação foi em 16/1/2013 e nunca imaginaria estar grávida novamente, apesar de saber como se faz um bebê, mas eu e o Chu estávamos tomando tanto cuidado, camisinha, tabelinha, que a hipótese de gravidez nesse momento era totalmente nula.
Além disso, nenhum sintoma aparente de gravidez, aliás, essa está sendo completamente diferente da primeira. Sem enjoos, sem irritação, sem angústia, sem ansiedade, sem dores e sensibilidade nos seios, sem sono, com muita disposição e energia, mas cadê a menstruação?
Dia 19/2/2013 resolvi comprar o teste de farmácia.
Fui tranquila, coração sossegado.
– Até parece que estou grávida.

Vejam o resultado, o mesmo enviado pelo WhatsApp para o Chu, sem nenhum comentário.


Estamos grávidos again. =)
Na descoberta, estávamos com 5 semanas.

Um comentário:

  1. Que lindo, amiga!!!
    Como te falei, tudo o que acontece é um aprendizado!!
    Sem emoção, a vida não tem graça! =]
    Conte comigo para que der e vier!!
    Beijos...love U

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